FAUNA do PETAR
Conheça espécies curiosas desse habitat único
No Petar a riqueza de espécies da fauna é grandiosa. Estima-se que mais de 1.200 táxons de vertebrados e invertebrados terrestres e aquáticos foram registrados em trabalhos publicados até o momento, e muitos outros têm sido descobertos constantemente.
Se forem considerados, ainda, os táxons registrados em trabalhos não-publicados (monografias, dissertações e teses), este número pelo menos triplica.
Apesar da grande biodiversidade, a situação é extremamente grave, pois 269 espécies de animais estão oficialmente ameaçadas de extinção na Floresta Atlântica, segundo alista de fauna ameaçada publicada pelo Ministério do Meio Ambiente em 2003, e esse número reflete um aumento em relação às 218 espécies ameaçadas em 1989.
Estima-se que existam 28.000 espécies de peixes no mundo (Nelson, 2006). Em águas continentais Neotropicais, há uma estimativa de 6 mil espécies de peixes, das quais 4.475 espécies são registradas (Reis et al., 2003).
O Brasil lidera o número de peixes de água doce, possuindo 2.122 espécies catalogadas (Buckup e Menezes, 2003).
No domínio da Floresta Mata Atlântica há cerca de 350 espécies de peixes. Para o Estado de São Paulo são registradas até o momento 335 espécies, sendo 133 com distribuição restrita (endêmicas) e 34 espécies ameaçadas.
Números de espécies Fauna no PETAR
Aves | Mamíferos | Répteis | Anfíbios | Peixes |
725 | 319 | 49 | 31 | 66 |
Pequenos Mamíferos
Segundo o IBAMA (2003), 18% dos mamíferos considerados ameaçados no Brasil têm sua distribuição em áreas de Floresta Atlântica.
De acordo com estes mesmos dados, 40% dos táxons de mamíferos ameaçados no Brasil pertencem à Ordem dos Primatas, principalmente espécies endêmicas da Floresta Atlântica, e 28% pertencem à Ordem carnívora.
Os roedores constituem 7% das espécies ameaçadas no Brasil, totalizando 12 espécies. Deste grupo, 7% são de espécies endêmicas à Floresta Atlântica. Estes dados fornecem uma medida da importância do conhecimento e conservação das espécies de pequenos mamíferos da Floresta Atlântica na elaboração de estratégias de manejo e conservação.
As espécies de pequenos mamíferos registradas no PETAR foram no total, 93 espécies.
Os pequenos mamíferos são o grupo formado por marsupiais e roedores de pequeno porte (menos de 3 kg), juntamente com os quirópteros (morcegos) registros chegaram a 50 espécies.
Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Peixes
O bagre-cego Pimelodella kronei, entre as espécies ocorrentes no PETAR, se destaca por ser a mais ameaçada em todo contínuo ecológico de Paranapiacaba, devido à sua restrita área de vida: um sistema subterrâneo de rios, que deságua no Rio Betari (Trajano, 1991; 2001), denominado sistema de cavernas Areias
Outras espécies consideradas vulneráveis foram três pequenos bagres de riachos (Acentronichthys leptos, Isbrueckerichthys duseni, Isbrueckerichthys epakmos), um dos quais apresenta registro de população que habita o ambiente cavernícola (Trajano et al.,2008).
Ainda no ambiente de riachos e pequenos rios, ocorre o charutinho Characidium lauroi, espécie considerada ameaçada vulnerável. Duas espécies de cascudos (Neoplecostomus paranensis e Neoplecostomus ribeirensis) e o trairão Hoplias lacerdae estão incluídos na lista de ameaçados vulneráveis.
Esse peixes possuem porte médio e habitam ambientes maiores localizados no trecho final dos rios que cruzam o PETAR
Anfíbios e Répteis
No PETAR foram registradas algumas espécies que se encontram listadas como a perereca Aplastodiscus cf. ehrhardti, encontrada na Base Bulha d’Água e Núcleo Casa de Pedra, e o lagarto Placosoma cordylinum champsonotus (Núcleo Santana).
Já os anfíbios Cycloramphus eleutherodactylus (Núcleos Caboclos, Casa de Pedra, Ouro Grosso e Santana), C. lutzorum (Núcleo Santana), Hylodes heyeri (Núcleos Cabocos, Ouro Grosso e Santana) e Luetkenotyphlus brasiliensis (dados secundários) encontram-se na lista internacional a serpente Corallus cropanii, extremamente rara e presente na lista brasileira de espécies ameaçadas de extinção como criticamente em Perigo (IBAMA,2003) pode ocorrer na região do PETAR.
Aves
O número de espécies ameaçadas de extinção registrado para o PETAR demonstra a importância dessa UC para a conservação da avifauna da Mata Atlântica e principalmente para a fauna paulista.
Espécies ameaçadas foram encontradas em todos os Núcleos amostrados e espécies com áreas de vida extensa, como os uiraçus Harpia harpyja e Morphnus guianensis, apesar de extremamente raros, potencialmente podem vir a ser registrados em qualquer área do Parque e do seu entorno florestado.
O macuco Tinamus solitarius, a araponga Procnias nudicollis e o pavó Pyroderus scutatus, vulneráveis à extinção, foram registrados em todos os Núcleos. A criticamente em perigo jacutinga Aburria jacutinga, também parece se distribuir por boa parte do Parque.
Mamíferos de médio e grande porte
Mais de 50% das espécies de mamíferos de médio e grande porte registradas no PETAR estão inseridas em alguma categoria de ameaça no Estado de São Paulo, Brasil ou na lista vermelha mundial, realçando a importância do PETAR na proteção da mastofauna em todos estes contextos.
As três espécies de primatas encontradas no PETAR, muriquis Brachyteles arachnoides, bugios Alouatta clamitans e macacos-prego Cebus nigritus, são endêmicas à Floresta Atlântica, e o PETAR encontra-se na área de distribuição do veado-vermelho Mazama bororo.